O agronegócio, atualmente, apresenta-se como o maior setor nos negócios brasileiros. Segundo Cepea (2020), após crescer 3,81% em 2019, passou a representar 21,4% do PIB brasileiro total, sendo responsável por 35% dos empregos do país. Já na safra 2019/20, o país mantém a crescente expansão da produção de grãos, devendo chegar próximo às 252 milhões de toneladas (variação de 4,1% em relação à safra passada) de acordo com levantamento da Conab (2020).
Entretanto, apesar dessa impressionante expansão na produção de grãos e seu papel importante na balança comercial, os investimentos em armazenagem e logística possuem crescimento mais lento. Conforme IBGE (2019) a capacidade útil total disponível para armazenamento de grãos está na casa das 175 milhões de toneladas o que resultará em um déficit de armazenagem de milhões de toneladas de grãos em 2020.
Segundo recomendações da FAO, a capacidade estática de um país deve exceder em 20% sua produção, ou seja, o ideal seria que o Brasil contasse com uma infraestrutura capaz de armazenar cerca de 300 milhões de toneladas de grãos, valor muito superior à atual.
Atualmente, os produtores rurais encontram problemas sistêmicos que dizem respeito à forma como a infraestrutura de estocagem é gerenciada no Brasil, uma vez que apenas 16% da produção é armazenada nas propriedades agrícolas o que têm sobrecarregando o sistema logístico e de armazenagem intermediária nas épocas de colheita. Outras grandes potencias do agronegócio como Estados Unidos e União Europeia, possuem 56% e 50% de estocagem presente nas fazendas, respectivamente (LEIDENS, 2019).
Ainda segundo Leidens (2019), esse modelo evita gargalos logísticos, diminuindo os custos de produção e garantindo melhores estratégias de negociação dos grãos (escolha da melhor época ou comercialização no mercado na forma de lotes), em que os ganhos podem variar de 9,3% a 15,4% em relação ao mercado de balcão.