Nos dias 19 e 20 de julho os membros do GAPE Ana Carolina Melo (Crocs), Nathalia Sartore (D-barro) e Gabriel Marques (Promovido) e os membros da seleção Gabriel Bernardi (Fátima), David Bianchini (Zum), Victor Rizzo (Sô), Gustavo Nyssen (Kangaceiro), Franco Dartora (Fóça) e Amanda Borghetti (Na-miúda), e o estagiário Fabrício Geraldini (Caruso) foram até Sales de Oliveira – SP realizar a colheita dos experimentos em cana-de-açúcar com mudas pré-brotadas (MPB) em função da adubação nitrogenada, fosfatada e potássica, além de tratamentos adicionais, um com o parcelamento de N e K e outro com o sistema convencional de plantio com toletes.
No sistema de mudas pré-brotadas, as gemas são separadas do restante do colmo, sendo chamado de minirrebolos. Esses passam por processos de tratamento térmicos e com fungicidas, em seguida são colocados em caixas de brotação com substrato próprio para a produção de mudas e acondicionados em estufa com temperatura e umidade controlada. Havendo a brotação dessas mudas, cada uma é individualizada em tubetes e mantidas em estufa por alguns dias num processo chamado de “aclimatação”. Após esse período, há a aclimatação a pleno sol sob condições semelhantes ao ambiente em que essa será implantada, com irrigação reduzida e podas numa etapa chamada de “rustificação”. Depois de todas essas etapas as mudas são retiradas dos tubetes e o plantio pode ser realizado a campo manualmente ou através de implementos chamados de “transplantadores”, sendo essas adaptados de outros cultivos ou não, além de poder serem semi-mecanizados ou mecanizados.
O sistema de MPB tem mostrado algumas vantagens para os produtores, como: menor utilização de toletes que poderiam ir para a indústria; melhor sanidade das lavouras, sendo elas livres de qualquer tipo de pragas ou doenças presentes nos meios de propagação; replantio de áreas com falhas; implantação de viveiros, permitindo o estabelecimento mais rápido de novas variedades, etc. Como desvantagens, pode-se citar que esse método ainda não é viável economicamente para a implantação de lavouras comerciais, ficando na sua grande maioria restrita a viveiros e replantio de falhas. Outra dificuldade é em relação à sua demanda hídrica, sendo necessário a irrigação no início do estabelecimento dessas mudas no campo, sendo que, ao contrário do plantio com toletes, essas não possuem reservas energéticas para serem utilizadas pela planta. De todo modo, essa recente tecnologia pode trazer grandes inovações nos canaviais, tendo um grande potencial de reduzir custos e aumentar a produtividade.
Visando contribuir para o desenvolvimento desse sistema de plantio, o GAPE conduziu experimentos com adubação de mudas pré-brotadas, de modo a obter as respostas em cana-planta e cana-soca à aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio em canaviais implantados com cana de ano e meio, inverno e cana de ano. O objetivo foi avaliar se o manejo da adubação deve ser diferenciado ao utilizar as MPBs, já que as mesmas não possuem reservas energéticas e nutritivas como os colmos utilizados no sistema convencional de plantio com toletes.
O GAPE agradece a todos envolvidos na condução desse experimento que tem grande relevância para o agronegócio brasileiro, especialmente para o setor sucroenergético.
Experimento conduzido com apoio e parceria da AGROQUATRO-S na instalação e apoio operacional na condução e colheita
O grupo AgroQuatro-S apoia pesquisas e inovação no setor sucroenergetico