Nessa última semana membros do GAPE fizeram a colheita de mais um experimento realizado em área comercial no município de Uberlândia-MG. O
experimento teve o intuito de avaliar fontes menos solúveis de fosfato, com a hipótese de que tais fontes promovessem maior produtividade na cultura da soja, e posteriormente no milho segunda safra, devido a liberação mais gradual do nutriente para a cultura.
O fósforo é um importante macronutriente, componente estrutural de macromoléculas, como ácidos nucléicos, fosfolipídeos, e adenosina trifosfato (ATP). Tem papel fundamental na divisão celular, e faz parte da estrutura química de compostos essenciais ao metabolismo vegetal, sendo essencial ao crescimento da parte aérea e radicular das plantas (THOMAZELLI et al., 2000, MALAVOLTA, 2006).
A grande maioria dos solos brasileiros possuem um pH mais ácido, são de baixa fertilidade e elevada capacidade de retenção de fósforo, o que leva à necessidade de aplicação de doses elevadas desse nutriente, contribuindo para o aumento nos custos de produção (MOURA et al., 2001).
No solo, o fósforo é pouco móvel, pois é firmemente retido, não sendo um nutriente facilmente sujeito à perdas por percolação. Nos fertilizantes fosfatados sob a forma de fosfato solúvel em água, em contato com a solução do solo, o
fósforo solubiliza tornando-se disponível. Parte deste fica diluído na solução do solo e parte fica adsorvido ao complexo coloidal, por troca iônicas. Em solos ácidos que apresentam elevados teores de ferro, e alumínio, parte do fósforo disponível é fixada, formando compostos de ferro e alumínio, dessa forma, o fósforo acaba se tornando indisponível para as plantas (NUNES; GIRACCA, 2016).
Devido a todos esses fatores, o experimento teve como objetivo avaliar a resposta da produtividade da soja e do milho, além de determinar a marcha de absorção do fósforo pela planta e avaliar a disponibilização de fósforo ao longo do tempo proveniente de fontes com diferentes solubilidades.
Além da colheita desse experimento, o grupo fez duas novas instalações, ambas com o milho segunda safra também em área comercial. Um dos experimentos visa avaliar fertilizantes minerais e organominerais, aplicados na semeadura do milho, os quais estimulariam o desenvolvimento radicular da cultura, permitindo um maior desenvolvimento inicial e uma maior produtividade.
O segundo experimento instalado tem como objetivo avaliar a resposta do milho segunda safra perante adubação nitrogenada, utilizando como fonte a |
ureia tratada com diferentes inibidores de urease, em condições de campo. |
O grupo espera obter sucesso com todas essas experimentações a campo, tendo o intuito e a esperança de estar colaborando sempre com o aumento da produção no Brasil e no mundo.
REFERÊNCIAS
NUNES, J. L. S.; GIRACCA, E. M. N. Fósforo. 2016. Disponível em: <https://www.agrolink.com.br/fertilizantes/fosforo_361445.html>. Acesso em: 17 fev. 2019. |
THOMAZELLI, L.F.; GANDIN, C.L.; GUIMARÃES, D.R.; MULLER, S.R.; ZIMMERMANN FILHO, A.A.; ZANINI NETO, J.A. Nutrição da cultura da cebola para a produção de sementes. Florianópolis: Epagri, 2000. 40p. (EPAGRI. Boletim Técnico, 110). MOURA, W.M.; LIMA, P.C.; CASALI, V.W.D.; PEREIRA, P.R.G. Eficiência nutricional para fósforo em linhagens de pimentão. Horticultura Brasileira, v. 19, n. 3, p. 306-312, 2001. |