Bioinseticida para o controle da principal praga do milho.

A lagarta do cartucho ou lagarta militar (Spodoptera frugiperda), pertencente a ordem das lepidópteras é  uma das pragas mais importantes no âmbito da agricultura nacional. Essa lagarta acomete várias culturas de importância econômica para o Brasil, como milho, cana-de-açúcar, feijão, soja, algodão e algumas hortaliças produzidas no país. No milho, essa lagarta é muito danosa, levando a perdas de mais de 50 % da produção. O ataque pode ocorrer em vários estádios fenológicos e em diversas partes da planta do milho o que acaba dificultando seu controle.

Dessa maneira, o manejo dessa praga torna-se o diferencial ao implantar essa cultura no campo. Nesse caso, o monitoramento deve ser realizado desde o plantio, bem como a adoção do MIP (manejo integrado de pragas) onde o objetivo é utilizar de diversos métodos de controle como, biológico, químico, físico e cultural, visando a produtividade e qualidade do produto.

O controle dessa praga ganhou uma nova vertente em 2017, quando o primeiro inseticida a base de Baculovírus foi lançado em uma parceria da Embrapa Milho e Sorgo em Sete Lagoas-MG. Dentre os grupos de vírus patogênicos a insetos este é o mais comum, destacam-se por possuírem dois tipos de “progênies” infecciosas, uma forma oclusa do vírus responsável pela transmissão de inseto para inseto, e outra chamada de forma não oclusa que é responsável pela transmissão de célula para célula, em um mesmo indivíduo (GRANADOS; FEDERICI, 1986), também conhecido como um bioinseticida por ser um agente de controle biológico. Estes produtos agem a partir do consumo de partes das plantas pela praga, que infectam-se com o vírus, o qual provoca uma diminuição drástica na sua alimentação e sua morte em cerca de cinco dias.

Segundo o pesquisador Fernando Valicente, da Embrapa, o uso de produtos biológicos vem aumentando consideravelmente, principalmente por serem menos nocivos aos aplicadores, microrganismos e plantas, além de não contaminar o meio ambiente e não deixar resíduos na produção. Por isso, vem crescendo a demanda e aceitação por esse tipo de tecnologia, a exemplo disso é o lançamento de outro Bioinseticida para a safra 2019/2020.

Outro fato, que agrada os produtores é a facilidade na sua aplicação e manuseio, principalmente por serem utilizados nos mesmos equipamentos de produtos químicos. Porém, para a eficácia do bioinseticida é fundamental se atentar no preparo, na aplicação, no momento e na dose. Nos últimos anos a participação da Embrapa vem sendo muito importante, principalmente por meio de parcerias com o setor privado, dessa maneira a partir de novas formulações e diferentes cepas do vírus e com investimentos nessa tecnologia aumentará o leque de produtos biológicos.

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