Após mais de duas décadas de negociações Mercosul e União Europeia fecham um acordo bilateral de livre comércio. Os agentes do acordo representam 25% do PIB mundial e 780 milhões de pessoas. Essa população representa um grande mercado consumidor que favorecerá o comércio dos produtos entre os dois blocos comerciais. Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, o Brasil ganhará grande vetor de crescimento no setor agropecuário devido a elevada produção agrícola.
O acordo tem por objetivo eliminar as tarifas de 90% dos produtos exportados, principalmente, dos segmentos industrial, agrícola e alimentício, em um prazo de até 10 anos. Esses produtos, até o momento, tinham incrementos de até 35% do seu valor nos contratos de exportação. Nesse cenário, os produtores rurais de pequeno, médio e grande porte serão favorecidos pela valorização e agregação de valor aos produtos que terão maior facilidade de serem enviados ao exterior. Entre esses produtos, além das grandes commodities outros produtos como suco de laranja, frutas, café, peixes, queijos, vinhos e cachaça devem aumentar expressivamente suas vendas.
Em relação aos outros produtos, etanol, açúcar, carne e grãos, por exemplo, também devem ter grande aumento nas exportações. Por não haver o incremento de juros os produtos se tornam economicamente mais competitivos no mercado externo. Segundo as estimativas do Ministério da Economia do Brasil, em um período de 15 anos, o acordo representará um incremento no PIB brasileiro equivalente a R$ 336 bilhões. Esse acordo passa a ser o terceiro maior do mundo, atrás apenas do acordo entre União Europeia e Canadá e do NAFTA.
Segundo o secretário Gustavo Junqueira, além do aumento das exportações, esse acordo promoverá também o aumento da qualidade dos produtos. O intuito de exportar os produtos aumentará a competição interna e fará com que os produtores prezem por elevada qualidade para que, assim, possam alcançar o mercado externo e competir com os produtos produzidos lá. Os produtores e empresas terão que investir em tecnologia para sofisticar seus produtos e esse processo aquece o mercado interno, pois, os consumidores terão acesso a maior quantidade de produtos e, por isso, poderão comparar preços e qualidade.
Além do contrato comercial, o acordo tem como uma das cláusulas o cumprimento do Acordo Climático de Paris, que prevê limites à emissão de gases do efeito estufa. Os termos do acordo, ainda serão revisados e deve ser aprovado pelo Parlamento da União Europeia e pelo Congresso dos demais países sul americanos.
REFERÊNCIAS
AGRÍCOLAS, Notícias. “Agora o jogo é pra valer com um dos maiores mercados do mundo”, afirma secr. de Agricultura, após acordo entre Mercosul e UE. 2019. Disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/238259-agora-o-jogo-e-pra-valer-com-um-dos-maiores-mercados-do-mundo-afirma-secr-de-agricultura-apos-acordo.html#.XStFZOhKjIV>. Acesso em: 08 jul. 2019.
BRASIL, Bbc News. Mercosul e UE fecham acordo histórico. 2019. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2019/06/mercosul-e-ue-fecham-acordo-historico.html>. Acesso em: 09 jul. 2019.
RURAL, Globo. O que o agronegócio brasileiro ganha com o acordo entre Mercosul e EU: Mais de 90% das exportações de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai terão suas tarifas zeradas em dez anos POR REDAÇÃO GLOBO RURAL. 2019. Disponível em: <https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Economia/noticia/2019/06/o-que-o-agronegocio-brasileiro-ganha-com-o-acordo-entre-mercosul-e-eu.html>. Acesso em: 09 jul. 2019.