FOSFATAGEM: ADUBAÇÃO CORRETIVA DE FÓSFORO

As práticas corretivas, em suma, têm a função de corrigir o solo antes que outras operações relacionadas ao manejo de fertilidade sejam realizadas. Mas afinal, por que elas são tão importantes?

O território brasileiro, em sua maioria, situa-se em região tropical, onde os fatores de formação dos solos, principalmente o clima, atuam de maneira intensa. Assim, os solos, em geral, possuem alto nível de intemperismo que, por sua vez, levam a baixos teores de nutrientes, alta adsorção do fósforo aos minerais de argila e altos índices de acidez (VITTI et al., 2008).

Dentre as práticas corretivas, a fosfatagem tem finalidade de aumentar a eficiência da adubação fosfatada, ou seja, potencializar as aplicações de fósforo via fertilizantes de maior solubilidade, que forneçam o nutriente prontamente para a absorção das plantas.

O fósforo é o macronutriente menos extraído pelas culturas, entretanto é o nutriente aplicado em maior quantidade no sulco de plantio por conta de sua alta reatividade com o solo, tendendo a sofrer adsorção pelo mesmo. A fosfatagem consiste em fornecer uma fonte de fósforo para o solo visando ocupar esses sítios de adsorção, assim, quando feita a adubação fosfatada, os coloides do solo já estarão ocupados, portanto, o P2O5 fornecido ficará disponível na solução para a utilização pelas plantas.

De acordo com Luz e Vitti (2008), as principais consequências da fosfatagem são:

  • Maior quantidade de P em contato com o solo (maior fixação);
  • Maior volume de solo explorado pelas raízes;
  • Maior absorção de água e nutrientes;
  • Maior aproveitamento do fósforo aplicado no sulco de plantio.

 

As fontes recomendadas para essa prática são: Fosfato Natural Reativo (30% P2O5 total) e termofosfato magnesiano (20% P2O5 total), sendo essas fontes mais baratas em relação às utilizadas para adubação fosfatada.

Rein et al. (2015) observaram em um experimento com cana-de-açúcar que com a realização de fosfatagem, os rendimentos agrícolas atingiram 128 t colmo ha-1 com a aplicação da fosfatagem. A ausência de fosfatagem diminuiu o rendimento agrícola em torno de 6,7% (em média de 8,5 t colmo ha-1) (Figura 1).

Figura 1. Rendimento agrícola de colmo sob diferentes tipos de preparo do solo com e sem fosfatagem.

 

Recomenda-se realizar a fosfatagem quando o teor de fósforo na camada 0-20 centímetros estiver abaixo do nível crítico para a cultura. Também quando o solo apresentar baixa CTC (< 60mmol c.dm-3) ou teor de argila < 30% (VITTI, 2015).

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