No dia 10/09/2018 chegou ao fim o período de vazio sanitário no estado do Paraná, marcando assim o início do plantio das lavouras de soja. Nos outros estados brasileiros que adotaram essa medida fitossanitária e no Paraguai, esse período pode se estender até o dia 30/11/2018 e o produtor que descumprir essa Instrução Normativa estará sujeito a multas financeiras e perda de benefícios, tais como seguro de produção, financiamentos, entre outros.
Buscando sistemas agrícolas cada vez mais produtivos, os agricultores brasileiros desenvolveram técnicas de manejo que lhes permitiram cultivar uma mesma área durante o ano todo. Apesar dos benefícios que o cultivo contínuo trouxe consigo, deve-se dar atenção à alguns fatores para que a produção agrícola continue sendo rentável, como a incidência de pragas e doenças. Nesse sentido, os principais estados produtores de grãos adotaram em 2015 a prática do vazio sanitário, o qual corresponde à ausência de plantas vivas (cultivadas ou voluntárias) nas lavouras de culturas como soja, feijão e algodão.
Essa medida visa diminuir, principalmente, os danos causados pela ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a qual foi relatada pela primeira vez em lavouras de grãos brasileiras no ano de 2001 e, desde então, vem causando sérios prejuízos econômicos. Por se tratar de um fungo biotrófico, é necessário haver plantas vivas para que ele sobreviva e se reproduza. Assim sendo, o vazio sanitário tem por objetivo reduzir a quantidade de tecido vegetal vivo disponível para a instalação do hospedeiro do fungo, diminuindo o aparecimento do inóculo da doença e, consequentemente, minimizando ou retardando sua ocorrência.
Segundo pesquisadores da Embrapa, o vazio sanitário reflete em benefícios econômicos e ambientais, pois quanto mais tardia for a ocorrência da ferrugem asiática, menos pulverizações de fungicidas serão necessárias para seu controle. Portanto, o produtor rural deve lançar mão do profissionalismo técnico para que esse período de vazio sanitário seja respeitado, acarretando em benefícios para si próprio e para todo o setor produtivo.