Paraná registra primeiros focos de ferrugem asiática na safra 2018/2019

A ferrugem asiática é uma das doenças de maior importância para a cultura da soja na atualidade, devido ao elevado potencial de perdas na produtividade. É causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizie, originário da Ásia. No Brasil, a doença foi encontrada e relatada no final da safra de 2000/2001, no estado do Paraná, e veio aumentando sua área de ocorrência desde então, disseminando-se rapidamente para outros estados do Brasil, totalizando uma área de 22 milhões de hectares já atingidos pela doença e um prejuízo de cerca de 25 bilhões de dólares até então (NUNES, 2016).

Os primeiros sintomas iniciam com pequenas manchas de cor marrom, aparecendo primeiramente nas folhas mais baixas do dossel, durante ou após a floração. As lesões permanecem pequenas, porém crescem em número com o progresso da doença. À medida que mais lesões são formadas nos folíolos, as áreas infectadas começam a amarelar e, eventualmente, os folíolos caem das plantas. A perda dos tecidos foliares resulta na redução da produtividade, pois o tamanho e número de grãos diminuem. Os danos na produtividade podem variar de 30 até 80%, os quais dependem do período em que a doença se iniciou e quão rápido ela progrediu (RUPE; SCONYERS, 2006).

A ferrugem inicia-se a partir da chegada do inóculo pelo ar, uma vez que os esporos viáveis se depositam na superfície de um hospedeiro que seja suscetível, a infecção e o desenvolvimento da epidemia são dependentes das condições ambientais. A infecção ocorre quando as folhas estão molhadas, e quando a temperatura está em torno de 8 a 28º C, sendo ótimo entre 16 a 28ºC. Algumas infecções podem ocorrer com no mínimo 6 horas de molhamento foliar, porém o ótimo é de 12 horas. Após a infecção as lesões começam a aparecer em 7 ou 8 dias (RUPE; SCONYERS, 2006).

Existem três maneiras básicas para o manejo da doença, que podem ser aplicadas com a finalidade de se controlar a epidemia, o uso de fungicidas, resistência genética e práticas culturais. Atualmente, o uso de fungicidas é a maneira mais utilizada, principalmente a utilização de fungicidas protetores de maneira preventiva, entretanto, para ser eficiente, a seleção correta do fungicida assim como sua aplicação são medidas cruciais. O número de aplicações é variável, dependendo do produto usado, do estágio de desenvolvimento da doença e da favorabilidade das condições ambientais (RUPE; SCONYERS, 2006).

No começo do mês de novembro a cooperativa Copagril, registrou o primeiro foco de ferrugem asiática da soja, em área comercial, na safra de 2018/2019, em Porto Mendes-PR. A lavoura estava em estádio R1, em préfechamento, estado esse que segundo Godoy (2018) é mais favorável para a infecção.

De acordo com o agrônomo Tiago Madalasso houve uma antecipação de cerca de 15 dias da ocorrência da doença na região pois a semeadura de aproximadamente 50% da área plantada do estado do Paraná também foi antecipada em 15 dias. Normalmente os cultivos de soja ocorrem no final de setembro, e nessa safra houve essa antecipação para o começo do mês, logo após o final do vazio sanitário em 10 de setembro devido as chuvas que se iniciaram mais cedo nessa safra. Além disso há o destaque de um ambiente favorável para o avanço da doença, havendo favorecimento do molhamento foliar e temperaturas em torno de 20 a 25ºC.

A orientação da pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, é para que os produtores não descuidem da doença, uma vez que as condições são favoráveis para seu desenvolvimento, sendo importante manter a lavoura protegida (GODOY, 2018) implementando medidas de controle como o uso de fungicidas de maneira preventiva.

 

REFERÊNCIAS

GODOY, C. Paraná tem primeiro foco de ferrugem asiática em área comercial nesta safra. 2018. EMBRAPA. Disponível em:

<https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/38989549/parana-temprimeiro-foco-de-ferrugem-asiatica-em-area-comercial-nesta-safra>. Acesso em: 27 nov. 2018.

NUNES, J. L. S. Ferrugem Asiática. 2016. Agrolink. Disponível em:

<https://www.agrolink.com.br/culturas/soja/informacoes/ferrugemasiatica_361544.html>. Acesso em: 27 nov. 2018.

RUPE, J; SCONYERS, L. Ferrugem da soja. 2006. University of Arkansas.

Disponível     em:

< https://www.apsnet.org/edcenter/intropp/lessons/fungi/Basidiomycetes/Pages/ SoybeanRustPort.aspx>. Acesso em: 27 nov. 2018.

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