Atualmente a cultura da cana-de-açúcar destaca-se como umas das principais do Brasil, sendo cultivada em praticamente todos os estados produtores. Apesar de ser uma cultura de boa rusticidade, a cana-de-açúcar enfrenta diversos desafios agronômicos, entre eles o ataque de pragas. Dentre as pragas que atacam a cultura, os danos causados pela broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) têm fundamental importância uma vez que para cada 1% de índice de infestação de broca (I.I.), as perdas industriais ficam em torno de 20 a 30kg de açúcar por hectare, representando, em média, 0,85% de decréscimo em produtividade (SILVA et al., 1999). Tais perdas são extremamente significativas para o setor sucroalcooleiro e, por isso, a pesquisa agronômica tem se voltado, nos últimos anos, para este tópico.
De acordo com Guagliumi (1972/ 73) e Gallo et al. (1988) os danos iniciais causados pela lagarta da Diatraea saccharalis são caracterizados pelo ataque dos tecidos foliares, penetrando, em seguida, no interior dos colmos. Seus prejuízos diretos originam-se das galerias que fazem nos colmos, provocando perda de peso e tombamento da planta pelo vento, entre outros. Indiretamente, favorecem a penetração de fungos nas plantas, causando a podridão vermelha do colmo, levando à inversão da sacarose e diminuição da produção de álcool.
Para o controle da broca-da-cana-de-açúcar são utilizadas técnicas culturais, mecânicas, biológicas e químicas. Podem também ser utilizadas armadilhas com fêmeas virgens, recém-emergidas de suas pupas, aprisionadas em caixas perfuradas. O feromônio sexual liberado pelas fêmeas atrai os machos, os quais são quantificados e mortos em solução de água com detergente (Almeida & Alemida, 2015). O controle químico deve ser utilizado em último caso durante o ciclo da cultura ou apenas no sulco de plantio; pois, segundo Pinto et al., 2006, a lagarta da broca permanece dentro do colmo, não sendo atingida pelo inseticida, além de interferir diretamente na ocorrência de inimigos naturais. Desse modo, o controle biológico, principalmente com Cotesia flavipes, Trichogramma galloi e Beauveria bassiana, é geralmente o mais indicado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, M. A. et. al. Avaliação de clones de híbridos iac de cana—de – açúcar, série 1985, na região de Jaú (SP), Bragantia, Campinas, v. 58, n. 2, p. 335-340, 1999.
GUAGLIUMI, P. Pragas da cana-deaçúcar no nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: Instituto do Açúcar e do Álcool. Col. Canav., 622p. 1972/73.
GALLO, D., O. NAKANO, S.S. NETO, R.P.L. CARVALHO, G.C. BATISTA, E. BERTI FILHO, J.R.P. PARRA, R.A. ZUCCHI, S.B. ALVES & J.D. VENDRAMIM. Manual de entomologia agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres, 649p. 1988.
ALMEIDA, L. C. de; ALMEIDA, L. G. de. Manejo sustentável de pragas: O manejo sustentável de pragas na cultura da cana-de-açúcar. In: BELARDO, G. de C.; CASSIA, M. T.; SILVA, R. P. (Org.). Processos agrícolas e mecanização da cana-de-açúcar. Jaboticabal-SP: Editora SBEA, 2015. Cap. 14. p. 301-321.
PINTO, A. de S.; GARCIA, J. F.; OLIVEIRA, H. N. de. Manejo das principais pragas da cana-de-açúcar. In: SEGATO, Silvelena Vanzolini et al (Org.). Atualização em produção de cana-de-açúcar. Piracicaba: ESALQ-USP, 2006. Cap. 15. p. 257-280.
Muito bacana, gostei.