Relação Ca/Mg no solo

Um dos assuntos mais discutidos na nutrição de plantas historicamente é a relação existente entre os nutrientes cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K). Há muitos autores que procuraram explicar estas relações e chegar em uma ideal, no entanto, esses níveis ideais são muito relativos para os tipos de solo e cultura em questão. Para realizar o manejo adequado de cálcio e magnésio nos solos é de fundamental importância conhecer não somente as características do solo, como também a relação que esses nutrientes apresentam entre si.

O cálcio é um elemento de extrema importância e suas funções estão ligadas a composição estrutural da planta, como integrante da parede celular incrementando a resistência mecânica dos tecidos e como neutralizador de ácidos orgânicos no citosol. Na parede celular o cálcio forma pectato de Ca que é responsável pela formação de pectina que, por fim, é responsável pela elongação da parede celular até atingir o tamanho necessário. Após isso, será depositado lignina, tornando assim, a parede celular rígida. Além disso, o pectato de cálcio tem função cimentante, ou seja, faz a ligação de duas células vizinhas (PRADO, 2008).

Já o magnésio é fundamental na fotossíntese, pois participa dos processos metabólicos como a formação de ATP nos cloroplastos, sendo que a quantidade de Mg no átomo central da clorofila chega a ser entre 15 e 20%. O magnésio também atua na síntese proteica, além da formação de clorofila, carregamento do floema, e translocação e utilização de fotoassimilados (VALE; SOUSA; PRADO, 2010).

A partir das ideias disseminadas a respeito da relação Ca/Mg, acredita-se que o valor ideal varia de 3 a 5:1, de forma que a planta aproveite ao máximo ambos os nutrientes sem que um interfira no uso do outro. Contudo as pesquisas a respeito dessa relação são muito ambíguas, o que não garante que manter os teores de Ca e Mg dentro dessas proporções trará reais ganhos de produtividade.

Buscando avaliar a relação entre o Ca e o Mg e os efeitos que ela traz para a produção agrícola, o Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão (GAPE) instalou um experimento em que foram aplicadas doses de magnésio em solos que apresentavam o teor desse nutriente baixo (<9,0 mmolc dm-3). O experimento foi realizado em Uberlândia-MG na fazenda Eldorado, e teve como culturas avaliadas a soja e o milho durante as safras 17/18 e 18/19.

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